7.9.06

Não ouço mais os meninos das guerras

Pais à procura de filhos,
Crianças à procura de mães,
Primos pensando em amigos,
Amigos desesperados.

Mas tudo acontece tão longe.

Os jornais falam bem baixo,
Os corpos ainda estão quentes,
As dores enlouquecem.

Mas é tudo tão distante.

Que alívio, que angústia,
não tocar nessas crianças
completamente desamparadas.

Enquanto isso os homens,
(pais, primos, irmãos?)
perpetuam a guerra.

Rio, 1992

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