12.11.16

Esperas na noite

O espanto terrível do dia visto ao longe em letras e imagens,
entre risos e silêncios.

Nos cantos da derme
impreciso, o medo de mais uma vez perder um filho
ou perceber
que não tenho mais meus pais

Passando a mão no rosto apago o medo
com a certeza da presença dos mortos
com o pensamento nos vivos

Não os quero presos a mim
como colar de pérolas

Então
fecho os olhos
rezo qualquer palavra
fico quieta como ensinava a meus filhos

e espero o sono chegar

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